
4 DE JULHO
Prefeitura Futebol Clube: gabinete e campo deixam Colorado dividido

A situação não se restringe apenas a um clube piauiense, mas esteve ligada à campanha do 4 de Julho, time da cidade de Piripiri, nesta edição do Piauiense. Por conta da troca do comando no município, houve um choque de interesses entre a presidência do Colorado e o principal patrocinador, a prefeitura do município, que defendem partidos políticos diferentes. A rixa gerou um colapso no clube, que ficou ameaçado de não atuar, teve desmanche de elenco e começou a preparação faltando sete dias para o começo do campeonato.

O modelo de gestão concentrado apenas nos recursos das prefeituras apresenta resistência popular. Mesmo assim, esse caminho continuar a ser trilhado por clubes do interior do Piauí. No caso do 4 de Julho, os jogadores tiveram que tomar uma atitude extrema este ano. Deixaram as chuteiras de lado e agendaram uma reunião com o prefeito da cidade para intermediar o conflito extracampo. A conversa surtiu efeito, e o time recebeu repasses municipais de R$ 30 mil nos quatro meses do estadual. O acordo colocou o Colorado nos eixos: saiu da lanterna para o vice-título do returno.

Além dos R$ 30 mil de repasse da prefeitura, o Colorado sobreviveu no estadual com apoio de outros patrocinadores da região, que desembolsavam valores entre R$ 3 mil a R$ 5 mil. Com a boa campanha no returno – que ocorreu curiosamente com o fim da desavença política no time – o caixa do 4 de Julho melhorou. O time chegou às semifinais com o comando do treinador Luís Miguel e teve aproveitamento de 62%, três vezes mais do que a primeira fase.
A fase acabou incrementando as receita com quatro novos patrocinadores. De acordo com o diretor Ludjalma Sousa, o clube conseguiu, no sacrifício, honrar os salários dos jogadores, que tinham como teto R$ 2,5 mil. Para o gestor, a dependência financeira dos clubes com as prefeituras acaba se tornando um vício que origina acomodação e, no fim, resulta na preguiça dos dirigentes.

- O 4 de Julho é de Piripiri, dos torcedores. Não é partido.

BARRAS
História contata por Chicos: o Barras nos olhares dos torcedores

Em oito participações na primeira divisão do Campeonato Piauiense, o Barras foi vice-campeão três vezes (2006, 2007 e 2010), conquistou um quarto lugar (2009) e foi campeão em 2008. Nos últimos dois anos, o time caiu de rendimento, com uma campanha que o deixou em sétimo lugar. Em 2014, por exemplo, apesar de ir às semifinais do primeiro turno, o Leão somou cinco derrotas, cinco empates e cinco derrotas.

Caminhando pelo Estádio Juca Fortes, terra do Leão do Marathaoan, facilmente personagens são encontrados. Eles, claro, guardam as histórias de sucesso do time do coração. Um deles é figura cativa, Francisco de Melo Rodrigues. O bigode bem desenhando, no grau, carrega a história de 74 anos do barbeiro e também motorista que possui um salão nas dependências da praça esportiva.
Com pôsteres do time barrense na parede, ao lado de fotos da família, Francisco não esconde a frustração de ter o futebol fora dos padrões de beleza. O ideal, no som baixo de sua resposta, é ver o seu time sempre com vitórias. Ao lado, outro Chico revive a época de glória do Barras. Francisco Vieira, webdesigner, desenvolveu o site do clube quando o time viveu seu melhor período, a campanha da Série C. De um sonho de um grupo de desportistas da cidade, o Leão contagiou, mas teve seu apogeu enfrentando problemas financeiros.

-Eu ia ver os jogadores, mas as últimas competições não foram muito bem sucedidas. Assistir ao Barras jogando é um orgulho da nossa cidade, da cultura, ou seja, de quem é apaixonado pelo futebol. Não sei porque estamos assim, era um prazer ver os jogos - narra o fotógrafo.

- Trabalhar em uma Série C foi ótimo, oportunidade de crescimento. O primeiro passo do futebol piauiense é subir de divisão porque o Piauí irá aparecer apenas quando um time estiver no auge, exemplo do Barras no Brasileiro de 2007. É preciso profissionalismo não apenas da diretoria, mas também dos jogadores que precisam render – comenta.
Na despedida do Juca Fortes, após pegar materiais guardados em uma salinha do estádio, Manoel diz:
- Determinação é a palavra.

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