Enquanto decisão do Estadual se arrasta nos tribunais, jogadores deixam profissionalismo de lado e jogam ‘pelada de bairro’ à espera de competições
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São exatos 74 dias de angustia, aflição e saudade. Apesar do otimismo, os jogadores profissionais do Piauí resolveram arregaçar as mangas e calçar as chuteiras em uma partida de futebol curiosa, que mais vale pelo protesto que pelo jogo em si. Enquanto aguardam a definição do titulo do Campeonato Piauiense, que será decidido nos tribunais, em agosto, cerca de 25 atletas que atuaram em diferentes clubes do Campeonato Piauiense realizaram um confronto, nessa quarta-feira (31), entre zonas Sul e Norte de Teresina para movimentar o estagnado calendário do futebol da região, prejudicado pelo impasse jurídico que paira sobre o Estadual.
À espera da Copa Piauí, segunda mais importante competição do Estado, muitos jogadores são obrigados a desempenhar funções secundárias. Vendedores de loja de material de construção, técnico em eletrônica e vendedor ambulante são algumas das ocupações neste meio tempo.
O pouco caso dos jogadores com a vitória da equipe da zona Sul, por 4 a 2, se contrastou com as cobranças por torneios que movimentem o calendário no segundo semestre.
- Sentimos falta do que amamos fazer. Alguns colegas estão ociosos em casa, uns com contas para pagar e outros com outro emprego para ver se consegue sobreviver. Estamos muito tempo parados e algo precisa ser feito. Nem que para isso nós mesmos inventemos uma pelada de bairro igual a esta - conta Jarbas, um dos organizadores do confronto e meio campo do Picos, clube que ficou na lanterna do Piauiense 2013.
A demora pela retomada das atividades se deu por conta do recurso acionado pelo River-PI, junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), questionando a validade de um recurso jurídico que permitiu que o Parnahyba escalasse o zagueiro Eridon na decisão do Estadual. A novela foi parar a na suprema corte, que deve julgar o caso ainda este mês. Só assim a Federação de Futebol do Estado teria condições de organizar a Copa Piauí e definir o segundo representante piauiense na Copa do Brasil do ano que vem.
O tormento pela qual passa a maioria dos jogadores que disputaram o Piauiense deste ano virou tema constantemente debatido pelo presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais, Vasconcelo Pinheiro. De acordo com ele, depois do fim do Estadual, cerca de 60 atletas ainda se encontram desempregados em Teresina.
- Se não fosse o Parnahyba, que disputa a Série D, o número de desempregados seria ainda maior. A falta de calendário fixo de competições provoca uma evasão natural de jogadores, que vão procurar outros clubes no Nordeste para atuar. É uma vergonha para um Estado que já teve clube na série A do Brasileirão - lamenta.
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